Categoría: Livro

Desmesura

Desmesura é umha história em banda desenhada que fala do mal-estar , das redes de apoio, da expressiom da loucura. Fixemos esta ediçom em galego no marco dumha aposta por gerar debate e repensarmos desde o prisma da saúde mental, como coletivo, como comunidade; afastando-nos do individualismo para promover o encontro. Porque é aqui, no “nós” onde realmente podemos reconhercer(mo-nos) e construir novas formas de abordar mal-estares.


No meio de uma sociedade definida pelo isolamento e a atomizaçom, onde à vez que se vende a excelência do individualismo selvagem a diferença é condenada, poder permanecer no lado bom da linha depende de nom estar sozinho.


E nom estar só depende em grande medida de ter ou nom dado prioridade ao colectivo na tua vida, de pensar que a vida que vale a pena viver é sempre a vida que vale a pena viver com os outros.
Figem muitas coisas estúpidas e estivem muito perto de polo menos meia dúzia de abismos, mas preocupo-me dos outros, nom os quero perder, de uma forma vaga sempre soubem que a saúde também depende deles, e isso salvou-me o cu.

 

(Extracto da Banda Deseñada, ilustracións de Mario Pellejer)


Desde este recuncho, queremos mandar o nosso mais sincero reconhecimento ao trabalho de Fernando Balius e Mario Pellejer, por esta peça de arte criada da experiência encarnada, cheia de matizes e reflexons.

Nas palavras de Nando:

Esta banda desenhada vai da loucura.
E para isso falei da minha própria loucura, das vozes e os ruidos que ouço na minha cabeça.
Das cousas que me passarom e de como vejo o mundo.
Tenteino-no. A honestidade é um caminho fodido.
A maior parte das séries, filmes e novelas que tratam o tema o fam desde o estereotipo e sempre me resultarom alheias ou grotescas.
Eu queria falar e nom deixar de fazê-lo até liberar a vida do lugar no que se atopa aprisionada. Nom foi doado.
Os pincéis de Mario atoparom-se com as minhas palavras durante vários anos e agora o relato por fim está impresso.
Feliz digestom


Este livro pode ser adquirido nas nosas distris itinerantes ou agendando a entrega através de ardora@bastardi.net

TRANSUMANO MON AMOUR

Notas sobre o movimento H+

Escritos 2015-2019

de ANDREA MAZZOLA com ilustrações de TIDI

O movimento H+ é, em poucas palavras, uma organização que tem como objectivo ultrapassar, com meios científicos e tecnológicos, os limites da condição biológica do ser humano e, em última análise, almeja alcançar a imortalidade terrena. A adjectivação «terrena» serve para expressar o aspecto aparentemente mundano e laico desta nova figura da mais antiga inquietação humana: do Épico de Gilgameš, do terceiro milénio antes de Cristo, à prática da mumificação dos antigos Egípcios, do pensamento taoista à alquimia esotérica, os defensores das ideias H+ consideram-se os legítimos herdeiros dos esforços históricos da humanidade para ganhar o seu jogo de xadrez com a morte.

A nova estratégia, que ganhou forma durante os anos 1990, tende a fundir guerra com intervenções humanitárias e crise sanitária com emergências militares. A guerra H+ não se encontra nas declarações formais entre Estados soberanos, mas na irrupção das chamadas emergências complexas — naturais ou humanas —, desastres caracterizados pela implosão do Estado, pelo colapso das infraestruturas públicas essenciais (saneamento, água, energia e provisões alimentares) e pela prevalência de doenças infecciosas.

Andrea Mazzola licenciou-se em Filosofia na Universidade de Nápoles «Federico II» e actualmente é doutorando no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa com um projecto de pesquisa sobre os fundamentos da mecânica quântica e o pensamento de A. N. Whitehead. Colabora assiduamente no Jornal Mapa, onde assina a rubrica «Transumanismo» com o pseudónimo κοινωνία.

Preço: 12 €

Edita: Jornal Mapa

Esta edição foi possível graças à colaboração de: A Batalha; Ardora (s)ediçons anarquistas; Barricada de Livros; BOESG Centro de Cultura Libertária; Maldatesta e Tortuga.


Notas sobre o movimento H+

Escritos 2015-2019 (Volume II)

de ANDREA MAZZOLA com ilustrações de TIDI

Com novos meios «personalizados» de manipulação de massas, como se ao progresso da inteligência artificial correspondesse um proporcional desenvolvimento da estupidez humana, às formas tradicionais de propaganda acrescenta-se o universo das redes sociodigitais, a Propaganda 2.0. Neste tipo de circunstâncias, também podemos destacar o aniquilamento tipicamente H+ das pessoas, convertidas em artefactos, e a desumanização da existência humana, desanimada pelo uso político da tecnociência, que de modo desolador tem transformado a vida num objecto técnico. Tanto os meios quanto os fins são partilhados dos dois lados do Atlântico, e talvez sejam uma bagagem ideológica comum aos dirigentes de todas as nações. O cibertotalitarismo iminente — o golpe de Estado infomilitar —, com a sua atmosfera saturada de um fanatismo caça-heréticos, segundo o modelo institucionalizado pelo tribunal da Inquisição, fala todas as línguas, tem todos os tons de pele e fascina todas as igrejas e todos os governos (independentemente da narração das respectivas comunidades imaginadas).

Andrea Mazzola licenciou-se em Filosofia na Universidade de Nápoles «Federico II» e actualmente é doutorando no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa com um projecto de pesquisa sobre os fundamentos da mecânica quântica e o pensamento de A. N. Whitehead. Colabora assiduamente no Jornal Mapa, onde assina a rubrica «Transumanismo» com o pseudónimo κοινωνία.

Preço: 12 €

Edita: Jornal Mapa

Esta edição foi possível graças à colaboração de: A Batalha; Ardora (s)ediçons anarquistas; Barricada de Livros; BOESG Centro de Cultura Libertária; Maldatesta e Tortuga.

Mancomunidade. Uma terra livre sem estado

“Mancomunidade. Uma terra livre sem estado”, de Joám Evans Pim

O livro recolhe “uma proposta libertária fundamentada numa organização comunal do território”. Como o próprio autor desenvolve som “retalhos de uma obra coletiva que está ainda por fazer. Uma constelação de ideias, histórias e desejos que apontam para um jeito distinto de entender uma terra livre.” Dividido em três seçons principais, o livro achega primeiro a proposta mancomunitária como organizaçom política e territorial e a sua aplicabilidade para o caso galego. No segundo capítulo o autor centra a atençom nos antecedentes em relaçom às comunidades que na Galiza se estruturárom em paralelo ou de costas ao estado, assim como das ideias elaboradas ao respeito para, por último, elaborar umha síntese que explique o sentido da Galiza sem estado. O prólogo escreve-o Lara Barros, ativista vinculada ao sindicalismo agrário, historiadora e especialista em montes vizinhais, quem acha o livro como “um exercício de liberdade de pensamento”, “sustentado numa liberdade de ação que lhe dá um alto conhecimento de causa”. O seu autor, Joám Evans Pim, é labrego e comuneiro nos montes de Lousame. Também é doutor em antropologia, membro do coletivo Véspera de Nada e da Academia Galega da Língua Portuguesa. Esta faceta multidisciplinar reflete numha temática e numha narrativa que fai com que este livro seja um lançamento novidoso no panorama editorial e político galego. Umha proposta com os antecedentes e movimentos sociopolíticos da Galiza presentes, e com a cabeça e as maos num futuro imaginado e, por isso, possível. Mancomunidade é um livro que ajuda a pensar futuros alternativos, que imagina umha Galiza mais justa, sem estado ou contra o estado.

FICHA TÉCNICA

Mancomunidade: Uma terra livre sem estado

Joám Evans Pim

Ardora (s)ediçons anarquistas

Impresso em Compostela por Sacauntos Cooperativa Gráfica

Agosto, 2019

8 euros

ISBN: 978-84-120648-4-1